Novo caso de estupro coletivo gerou protestos em toda a Índia; polícia não costuma se importar com os casos de violência contra mulher no país
Quatro policiais foram suspensos e um quinto foi transferido em conexão com os desdobramentos de um novo caso de estupro e assassinato ocorrido perto da capital da Índia, Nova Déli.
O pai da suposta vítima de 21 anos disse à BBC que ela teria sofrido um estupro coletivo. Seu corpo foi encontrado no sábado.
Dois homens suspeitos de envolvimento com o crime foram presos e um terceiro teria fugido.
O novo episódio vem à tona no mesmo dia em que cinco homens compareceram a um tribunal da capital indiana, acusados de sequestro, estupro coletivo e assassinato de uma jovem de 23 anos no mês passado, em um caso que chocou a Índia e despertou uma série de protestos por todo o país.
A vítima do episódio mais recente era uma empregada de uma fábrica em Noida, um subúrbio de Nova Déli. De acordo com a mídia indiana, ela foi dada como desaparecida na sexta-feira (4), por não ter regressado para casa após o trabalho.
O pai da menina afirmou que a polícia inicialmente não demonstrou qualquer reação ao ser informada de seu desaparecimento, sugerindo que ela talvez tivesse fugido com alguém. O episódio gerou protestos em Noida.
Processo acelerado
No sábado (5), foram identificados os cinco acusados do crime que causou comoção na Índia –o estupro coletivo e assassinato de uma jovem de 23 anos dentro de um ônibus.
Os promotores dizem ter amplas provas contra os suspeitos, que poderão ser condenados à pena de morte se considerados culpados.
Os cinco acusados são Ram Singh, seu irmão Mukesh, Pawan Gupta, Vinay Sharma e Akshay Thakur. Um sexto acusado, um adolescente de 17 anos, será julgado em um tribunal juvenil.
O processo foi acelerado, para que os acusados pudessem ser julgados semanas após o crime, em vez de meses, como seria o procedimento tradicional.
A vítima, uma estudante, foi estuprada por cerca de uma hora, espancada com barras de ferro e lançada para fora nua do ônibus em movimento, juntamente com um amigo. Ela morreu dias depois em um hospital, em consequência de seus ferimentos.
O incidente segue gerando protestos na Índia. No domingo (6), ativistas foram novamente às ruas em Nova Déli, reivindicando leis mais duras contra estupro e reformas por parte da polícia.
Muitos ativistas afirmam que a polícia constantemente deixa de indiciar acusados de crimes sexuais.
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Fonte: BBC Brasil