quarta-feira, 23 de abril de 2014

O desenrolar do caso TelexFree, na mira do FBI e da SEC norte-americana













Na terça-feira (15), as autoridades federais vasculharam a sede da TelexFree em Marlborough (MA), depois que a empresa apresentou o pedido de concordata

A ação judicial movida pelo SEC é civil e visa impedir que a companhia recrute mais investidores, devolva os lucros indevidos e pague multas

Enquanto agentes federais vasculhavam a sede da TelexFree em Marlborough (MA) essa semana, o gerente financeiro da empresa tentou fugir com um laptop e uma bolsa contendo dinheiro e cheques totalizando quase US$ 38 milhões, segundo documentos apresentados na Corte divulgados na quinta-feira (17). A Comissão de Câmbio e Segurança (SEC) divulgou que havia congelado os bens da TelexFree e de 8 diretores principais e associados, sob a alegação que a empresa administrava um “esquema ilegal de pirâmide” que recrutava vítimas por todo o mundo, publicou o The Boston Globe.

Os reguladores informaram que a companhia e seus administradores levantaram US$ 300 milhões focalizando em clientes brasileiros e dominicanos em Massachusetts e outros 20 estados.

“Os suspeitos continuavam a recrutar novos investidores todos os dias, mas é claro que a pirâmide desmoronou”, alegou o SEC em sua ação judicial.

O SEC descobriu que a TelexFree acumulava somente US$ 1.3 milhão anualmente pelos serviços telefônicos via internet, uma fração dos US$ 1.1 bilhão que, supostamente, prometia aos investidores, que eram informados que receberiam lucros generosos se eles publicassem anúncios online sobre o serviço.

“A TelexFree tem sido uma máquina de fazer dinheiro para os suspeitos”, informou o SEC em sua ação judicial. Desde meados de novembro, o histórico financeiro da empresa revelou que eles transferiram US$ 30 milhões para seus administradores ou companhias afiliadas, segundo o órgão federal. Milhões de dólares em dinheiro dos clientes estão atualmente sem destino, conforme o SEC.

A ação judicial movida pelo SEC alega que o grupo detrás da TelexFree inclui o ex-presidente da companhia, que administrava uma empresa de limpeza em sua própria residência em Ashland (MA) e um escritório de notário público na Indiana.

Na segunda-feira (14), a TelexFree solicitou concordata na Corte Federal no distrito de Nevada. O FBI e agentes do Departamento de Segurança Interna (DHS) vasculharam o escritório da empresa no dia seguinte. Durante a busca das autoridades, o gerente financeiro, Joseph H. Craft, foi parado pelo xerife interino quando tentava fugir. Ele disse ao xerife que era apenas um consultor, ajudando a TelexFree a preparar os documentos para a concordata, segundo documentos do SEC apresentados na Corte.

O SEC descobriu que os executivos da companhia vinham tentando transferir milhões de dólares da TelexFree para eles mesmos ou outras empresas nas últimas semanas. O órgão federal recebeu aprovação judicial para congelar os bens da companhia na quarta-feira (16).

Os cheques confiscados durante a batida policial estavam em nome de vários administradores da TelexFree e empresas coligadas, segundo documentos do SEC. Cinco deles estava em nome da TelexFree LLC., em Nevada, totalizando US$ 25.5 milhões e um no valor de US$ 2 milhões, em nome de Kátia B. Wanzeler, que supostamente é a esposa do coproprietário Carlos N. Wanzeler, residente em Northborough. Um cheque no valor de US$ 10.4 milhões foi feito em nome da TelexFree Dominicana, segundo documentos apresentados na Corte.

Na quarta-feira (16), um dia depois que as autoridades vasculharam o escritório em Marlborough, o coproprietário James M. Merrill apresentou uma ordem junto à sua empresa de investimentos para vender US$ 1.2 milhão de suas ações, descobriu um advogado da SEC, conforme documentos.

O capital da TelexFree vem enfrentando dificuldades há vários meses. Em junho, as operações da empresa no Brasil foram suspensas por ordem judicial que considerou suas operações uma fraude; investigações decorrentes da suspeita de lavagem de dinheiro e outros delitos estão sendo realizadas em vários países. Ainda assim, milhares de pessoas nos Estados Unidos continuaram a participar na empresa, muitos deles membros da comunidade brasileira. Os participantes investiam entre US$ 289 a US$ 1.375 e eram instruídos a entrarem online todos os dias para aprovarem 1 ou 5 anúncios na internet e receberem lucros anuais de até 250%.

Em março, as finanças da TelexFree começaram a desmoronar, segundo reguladores e, ainda assim, a empresa continuava a pressionar os investidores a injetarem mais dinheiro.

“Mesmo depois que o SEC e outros reguladores suspeitaram que tais programas eram fraude, os promotores da TelexFree continuaram a vender a promessa de dinheiro fácil”, disse Paul G. Levenson, diretor do escritório regional do SEC em Boston (MA), através de um comunicado na quinta-feira (17).

A ação judicial do SEC inclui o nome dos proprietários Merrill, de 52 anos, e Wanzeler, de 45 anos, assim como Sanderley Rodrigues de Vasconcelos, um promotor popularmente conhecido como Sann Rodrigues, de 42 anos, e vivia em Revere. O SEC informou que ele agora reside em Davenport (FL). Ele foi previamente acusado por reguladores federais em 2006 por fraudar imigrantes brasileiros na região de Framingham através de um serviço de cartões telefônicos pré-pagos chamado FoneClub, segundo o The Globe.

Também incluídos na ação judicial estão 4 dos principais promotores da empresa: Steven M. Labriola, de 53 anos, residente em Northbridge, Santiago De La Rosa, de 42 anos, morador em Lynn, Randy N. Crosby, de 51 anos, residente em Alpharetta (GA), e Faith R. Sloan, de 51 anos, morador em Chicago (Ill.). Craft, de 50 anos, um contador que atuava como gerente financeiro segundo a ação judicial do SEC, reside em Boonville (Ind.).

A ação movida pelo SEC é civil e visa evitar que a companhia recrute mais investidores, devolva os lucros indevidos e pague multas.

O Secretário de Estado William F. Galvin processou a empresa na terça-feira (15), alegando que a firma fraudou residentes em Massachusetts em US$ 90 milhões. A suposta fraude parece ser global, com milhares de clientes no Brasil, Espanha e África afetados.

Outras três empresas também foram incluídas na ação judicial apresentada pelo SEC: TelexFree Financial Inc., TelexElectric e Telex Mobile Holdings Inc.

Fonte: Enviado por Altran Gomes da Silva

do Brazilian Voice

Fonte:     GGN O jornal de todos Brasis

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